A iniciativa institucionalizada há oito meses, é vinculada ao PRODERA

Acadêmicos do curso de Administração do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG devem, em breve, realizar consultorias para empresários de Montes Claros. A atividade faz parte do projeto de extensão universitária, PODeC. O nome faz referência às quatro funções da administração: planejamento, organização, direção e controle.
De acordo com o coordenador do projeto, o professor Cledinaldo Dias, a ideia surgiu a partir de uma demanda dos estudantes de uma atividade de extensão ligada ao curso de Administração. “O objetivo do projeto é levar o aluno ao campo de inserção dele. É levá-lo até as empresas para que ele possa sentir quais são as demandas que as empresas têm, as deficiências que eles enfrentam, quais são os potenciais que elas têm de desenvolvimento. A partir do momento que o aluno de Administração tem a oportunidade de entrar no lugar onde ele vai atuar, ele começa a ter um olhar diferenciado. Ele começa a crescer em função dos conceitos que são atribuídos dentro da sala de aula”, afirma.
O projeto é vinculado ao Programa de Desenvolvimento Rural/Urbano e Apoio a Agricultura Familiar (PRODERA). O trabalho deve começar com atendimento à região circunvizinha ao campus, mas há possibilidade de ampliar a área de atuação.

Projeto de Extensão do curso de Administração deve começar atendimentos em breve. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Em ação

Mariana Sarinho é estudante do terceiro período de Administração. Ela está animada em participar de todo o processo de criação do grupo. “Está sendo uma experiência muito interessante. Nós todos estamos ajudando de alguma forma. Já fizemos crachá, estamos montando formulário. Todos estão mostrando muita proatividade”, conta.
Gabriela Oliveira está no sétimo período do curso de Administração. Prestes a entrar para o mercado de trabalho, a acadêmica vê com otimismo a iniciativa. “É uma oportunidade de colocar em prática a teoria que aprendemos e ainda retribuir para a sociedade, de alguma forma, o que ela investe na gente proporcionando o ensino público de qualidade”, diz a estudante.

Estatísticas

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) o setor de micro e pequenas empresas é o que apresenta maior taxa de mortalidade de negócios em até cinco anos no Brasil. Uma pesquisa realizada em 2020 com base em dados da Receita Federal e com levantamento de campo, mostrou que a taxa de mortalidade das microempresas, após cinco anos, é de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%.
Para o professor coordenador do projeto de extensão, estes índices poderiam ser menores com a adoção de algumas medidas. “Isso para mim é evidência de dificuldade de gerenciamento. A gente tem um volume de empresas que abrem e em menos de cinco anos, fecham. Quando nós temos um quantitativo de profissionais de administração no mercado de trabalho e esses indicadores permanecem, significa que a gente está deixando de atuar antes, de tentar estar mais próximo, de tentar apadrinhar de alguma forma essas micro e pequenas empresas. E um projeto de extensão dessa natureza tem muito a contribuir. Porque o aluno vai perceber essas deficiências e se o empresário estiver apto a receber essas sugestões, a implementar essas propostas de melhorias, é possível que ele possa sair dessas estatísticas”, afirma o professor.

(Ana Cláudia Mendes/UFMG)