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02 / mar / 2018
Recepção de calouros aponta perspectivas de pesquisa e extensão no Norte de Minas

Na próxima segunda, o reitor da UFMG Jaime Ramírez, inaugura ampliação de Centro de Pesquisa no campus regional de Montes Claros

Em 2018, o Instituto de Ciências Agrárias (ICA) completa 50 anos desde que o antigo Colégio Agrícola “Antônio Versiani Athayde” foi incorporado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nos dois primeiros dias da Recepção de Calouros, os novos alunos conheceram parte das atividades desenvolvidas na universidade e do histórico da instituição. Um dos pontos reforçados, durante as apresentações, foi o potencial do ICA, como um campus regional da UFMG, para o desenvolvimento de pesquisas científicas e ações de extensão aliados às particularidades e potencialidades do Norte de Minas Gerais.

Além de uma visita a diversas áreas do campus, ao longo dos dois dias de programação, os calouros participaram de oficinas práticas dos cursos e de apresentações dos projetos de pesquisa e extensão e atividades culturais.

Durante o evento, o  diretor do ICA, Leonardo David Tuffi Santos, reforçou a responsabilidade do campus regional da UFMG com o desenvolvimento de pesquisas científicas aliadas às demandas regionais. “O Instituto de Ciências Agrárias tem a nobre missão de trazer para o interior de Minas Gerais um ensino gratuito, de qualidade e inclusivo. O Norte de Minas é visto, muitas vezes, como uma região pobre, de baixo IDH. Mas, não podemos deixar de ressaltar o potencial de trabalho que temos na região: é uma região muito rica. Rica de oportunidades, de culturas, de pessoas, de biomas, de possibilidades de emprego, de crescimento e de desenvolvimento de tecnologias”, comentou em seu discurso.

Diretor Leonardo Tuffi: “região rica de oportunidades, de culturas, de pessoas, de biomas, de crescimento e de desenvolvimento de tecnologias”. Foto: Amanda Lelis/UFMG

Na tarde de segunda-feira, 5 de março, o ICA recebe o reitor Jaime Ramírez e a vice-reitora Sandra Regina Goulart Almeida para inauguração da obra de ampliação do Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias (CPCA) e as plataformas elevatórias, adaptações implantadas no último ano para melhorar a acessibilidade no campus.

A programação completa com o horário de cada atividade pode ser consultada no site do ICA.

Os calouros participaram de bate-papo com os colegiados dos cursos e com professores para conhecerem a matriz curricular. Foto: Amanda Lelis/UFMG

Pesquisa e extensão

Durante o primeiro dia, os alunos conheceram a matriz curricular do curso e participaram de conversas com os professores e representantes de colegiados. Além de entenderem parte do curso de graduação, os calouros também participaram de encontros para exposição de projetos de pesquisa e extensão da universidade.

Na parte da noite, os calouros do curso de Administração assistiram a uma apresentação sobre o Sítio de Saluzinho, realizada pela professora Flávia Galizoni e dois bolsistas do projeto. “O projeto tem uma forte interação entre pesquisa, ensino e extensão. O foco é a pesquisa e a relação com a sociedade, baseada na valorização do enorme conhecimento que Montes Claros e municípios do interior têm sobre a natureza, sobre a gestão dos recursos naturais, e principalmente sobre a produção de alimentos”, explicou Flávia. O nome do projeto foi escolhido em homenagem a Saluzinho, um agricultor familiar da região que lutou contra a ditadura, pela conservação do cerrado e a favor dos trabalhadores rurais.

O projeto é realizado em uma área de 2 hectares dentro do campus, na qual agricultores, professores, alunos e técnicos da UFMG trabalham juntos, ministrando oficinas para estudantes do Ensino Fundamental da Rede Pública de Ensino. “O objetivo é ter um centro de referência de pesquisa e de troca de conhecimento dentro da universidade”, contou a professora. De 2014 a 2017, já foram realizadas 729 oficinas no Sítio de Saluzinho com 5.398 estudantes de escolas públicas de Montes Claros, com o envolvimento de 165 alunos do ICA.

Outra apresentação realizada no primeiro dia de programação foi sobre o Núcleo de Assessoramento à Pesquisa (Napq), realizada pela professora Claudineia Nunes. O núcleo é responsável, entre outras coisas, por centralizar as informações sobre as pesquisas científicas desenvolvidas no ICA, pela criação de grupos de pesquisa e de estudo e por orientar os pesquisadores da instituição sobre os editais de fomento. Durante a exposição, a professora explicou aos novos alunos os primeiros passos de como se tornar um pesquisador e os caminhos e possibilidades oferecidos na universidade para o desenvolvimento de pesquisas e participação dos grupos de estudo.

De acordo com o calouro do curso de Agronomia, Gabriel Felix, de 18 anos, a possibilidade de envolvimento nos grupos de pesquisa foi o que mais despertou sua atenção. “Eu me interessei bastante pelos grupos de pesquisa. Por saber que você já pode colocar na prática aquilo que aprender, antes mesmo de sair da universidade. Minha expectativa é a melhor possível, agora que começa a cair a ficha de que estou na universidade”, disse. “A agronomia é uma área que eu sempre quis, sempre gostei. Meus pais vieram da roça, desde criança sempre tive contato com a natureza, com a criação, com a plantação. Então, vou procurar atuar na área, fazer um trabalho legal com minha família e devolver um pouco do que eu aprender aqui”, completou o jovem.

De acordo com Gabriel Felix, calouro de Agronomia, a pesquisa foi o que mais despertou interesse no ICA. Foto: Amanda Lelis/UFMG

Atrações culturais

Durante toda a programação da Recepção de Calouros, foram planejadas atrações culturais para os acolhimento dos novos alunos. No primeiro dia, a dupla Fabiana Lima e Bruno Andrade apresentaram um repertório com músicas brasileiras e regionais. No segundo dia, o aluno Rojas Willian se apresenta durante a noite.

Na segunda, está prevista a apresentação do grupo Zabelê de danças típicas regionais. Nos três dias de programação, três exposições fotográficas estão dispostas em diferentes ambientes do campus. As exposições trazem fotografias sobre a cultura de Montes Claros, paisagens e atividades no campus e sobre a cultura indígena Xacriabá.