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09 / maio / 2024
Projetos que democratizam a universidade são apresentados na 23ª Jornada de Extensão

Atividades estão focadas na educação básica, promoção da igualdade racial e humanização do parto

Estudantes e parceiros que acompanharam as atividades do seminário da Jornada de Extensão
Foto: Eduardo Maia I UFMG

 

A abertura do seminário da 23ª Jornada de Extensão da UFMG relembrou, na tarde desta quarta-feira, dia 8, as vítimas decorrentes das enchentes no Rio Grande Sul e convocou o público a refletir sobre como enfrentar os desastres ambientais provocados pelo homem, as injustiças e as desigualdades sociais.

A atividade foi conduzida pelo estudante do curso de Jornalismo da UFMG João Pedro Salles. Foram apresentadas três atividades atividades de extensão da UFMG que atuam na reflexão crítica, conscientização da sociedade e emancipação humana por meio da educação e da democratização da universidade pública. O evento, prestigiado por estudantes parceiros envolvidos em projetos de extensão, praticamente lotou o principal auditório do CAD1, no campus Pampulha.

Culturas afro-brasileira e indígena nas escolas
O estudante Gabriel Gomes, do 2º período do curso de graduação em História, apresentou o projeto Ciclo Permanente de Estudos e Debates sobre Educação Básica, do Centro Pedagógico (CP/UFMG). Por meio do diálogo com escolas de ensino básico de Belo Horizonte, a ação dissemina as culturas afro-brasileira e indígenas. Uma das instituições parceiras do projeto, a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Santa Cruz, localizada na região Nordeste da capital, foi representada no evento pela professora Maria de Jesus e pela assistente social Janaina Uiara.

Bolsista da atividade, Gabriel explicou que a iniciativa tem como eixo a formação de professores focados nas relações étnico-raciais. Ele ressaltou a importância da interdisciplinaridade das ações. “A formação étnico-racial demanda a participação não só das disciplinas de ciências humanas, mas também das de ciências exatas”, argumentou.

Janaína Uiara, por vez, disse que a iniciativa contribui para o cumprimento das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que estabeleceram a obrigatoriedade da inclusão desses temas nos currículos escolares. “Infelizmente, isso ainda não é uma realidade nas escolas. A EMEI Santa Cruz, por outro lado, foi certificada e hoje é exemplo de promoção da igualdade racial”, destacou Janaína.

Saúde da mulher e alfabetização
O projeto de extensão Sentidos do nascer foi apresentado na jornada pelas estudantes Ryanne Menezes e Gabriela Coelho, respectivamente, dos cursos de graduação em Terapia Ocupacional e Enfermagem da UFMG.

Elas sensibilizaram o público sobre a importância da valorização do parto normal e a redução da cirurgia cesariana no Brasil. “A meu ver, isso é um assunto que diz respeito a todos. A forma como nós nascemos mostra como é a sociedade em que vivemos”, refletiu Ryanne, em sua exposição.

Outra ação participante da jornada foi o Laboratório de Alfabetização e Letramento (LAL), da Faculdade de Educação (FaE), que foi relatado pelas bolsistas Isadora Felipe e Letícia Lima, ambas do curso Pedagogia.

Criado em 2021, o LAL promove eventos e encontros formativos e produz materiais didáticos de alfabetização para estudantes de licenciaturas e professores da educação infantil das redes públicas. “Nós vamos até as escolas promover essas ações e também trazemos representantes das escolas até a nossa comunidade acadêmica”, explicou Letícia.

A professora Sônia Souza, das escolas municipais Francisca Alves e Dom Orione, ressaltou que o projeto tem contribuído para que as crianças aprendam de forma lúdica. “É encantador o crescimento delas. Essa experiência mostra quão importante e transformador é a interação entre a universidade e a educação básica”, frisou a professora.

‘Coração’ da universidade
O seminário da jornada teve também debate mediado pela pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, com a participação dos estudantes, comunidades e público.

Claudia salientou que a história da universidade é permeada pela busca da democratização, e uma das grandes bandeiras desse processo é o enfrentamento à desigualdade histórica em relação ao acesso ao ensino superior público. “A universidade se democratizou, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. A universidade que entendemos é aquela que está alinhada com a realidade concreta do nosso país e com a diversidade de sua população. O evento de hoje deixou claro que a extensão universitária cumpre um papel fundamental para essa missão. A extensão é o ‘coração’ da universidade”, afirmou.

A jornada contou com apresentação cultural do Grupo de Percussão da UFMG, sob a coordenação do professor Fernando Chaib, da Escola de Música. A iniciativa atua na democratização da música entre alunos de escolas da rede municipal de Belo Horizonte.

O evento teve ainda a participação da pró-reitora adjunta de Extensão, Janice Amaral, da pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae), Licínia Maria Correa, e de docentes da gestão da Pró-reitoria de Extensão.

Aberta na última terça-feira, dia 7, com duas oficinas na Estação Ecológica, a Jornada de Extensão é promovida anualmente pela Proex e visa incentivar a troca de saberes e experiências entre os participantes, estimular o protagonismo estudantil, dar boas-vindas aos novos bolsistas e voluntários e divulgar a extensão da Universidade para os públicos interno e externo.