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16 / ago / 2023
Primeiro dia do V Simpósio de Engenharia de Alimentos movimenta o campus

Palestras e III Mostra de Novos Produtos trouxeram temas importantes para a área de produtos alimentícios no primeiro dia de evento

O V SIMEALI reuniu participantes de diversas instituições de ensino do país
Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

O futuro da alimentação e pesquisas realizadas no setor alimentício estarão em foco durante três dias no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Montes Claros. Os debates e descobertas serão apresentados no V Simpósio de Engenharia de Alimentos – SIMEALI – da UFMG, que começou nesta quarta-feira, 16. O evento nacional, realizado a cada dois anos, é organizado pelo curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Minas Gerais em Montes Claros, mestrado em Alimentos e Saúde, mestrado em Produção Animal e Instituto de Ciências Agrárias da UFMG.
O simpósio segue até a sexta-feira, 18. Durante os três dias de evento, serão realizadas palestras, minicursos e apresentações de trabalhos científicos. Na abertura, a coordenadora do SIMEALI, Cláudia Vieira, falou sobre o retorno das atividades presenciais, uma vez que a quarta edição do simpósio aconteceu durante a pandemia. “Este está sendo um retorno à vida real, vamos assim dizer. Participar de um evento científico tem um peso tão grande para a formação acadêmica, é uma experiência única. Assistir palestras na internet, minicursos online não se compara ao que se vive presencialmente. A possibilidade de conhecer pessoas de outras instituições é uma troca de experiências muito grande”, afirmou.

Para a coordenadora do evento, professora Cláudia Vieira, a edição presencial faz toda a diferença na formação dos participantes
Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

O diretor do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, Hélder dos Anjos Augusto, reforçou as palavras da coordenadora do simpósio. “Este é um momento de interação. Nós temos aqui ilustres convidados para este momento. Aproveitem este evento como uma janela de oportunidades”, disse.
Participam do Simeali profissionais, acadêmicos, professores e pesquisadores de diversas instituições de ensino superior do país. Um evento que vem ganhando destaque cada vez maior segundo o coordenador do mestrado em Alimentos e Saúde, Sérgio Henrique Souza Santos. “Este evento é referência para a pesquisa na graduação e pós-graduação. Para o mestrado em Alimentos e Saúde, cria-se a expectativa de criar novas linhas de desenvolvimento tecnológico, de pesquisa e inovação. O programa de pós-graduação em Alimentos e Saúde é interdisciplinar e abraça todos diferentes formações: médicos, enfermeiros, nutricionistas, engenheiros agrônomos. Temos certeza de que este simpósio só irá crescer e, em breve, teremos também junto com o SIMEALI, o simpósio internacional em Alimentos e Saúde”, analisa.

Biomas brasileiros: da industrialização ao consumo alimentar

A coordenadora adjunta do SIMEALI explicou que o tema proposto nesta edição tem como objetivo se aprofundar nas riquezas dos biomas brasileiros
Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

Este ano, o SIMEALI tem como tema “Biomas brasileiros: da industrialização ao consumo alimentar”. A coordenadora adjunta do simpósio, Érika Endo, destacou a importância do assunto. “Este tema foi inspirado na necessidade de discutirmos mais sobre as matérias-primas, dos produtos que são oriundos destes diferentes biomas. Aqui no Norte de Minas, temos como exemplo vários frutos e produtos típicos que muitos brasileiros desconhecem. O nosso país tem uma riqueza e diversidade muito grande em cada bioma. O que nos leva a pensar como é possível aproveitar esta diversidade em forma de alimentos, como podemos popularizá-los e valorizá-los”, explica.
Muito além da indústria alimentícia, a temática abrange áreas como a pecuária, por exemplo. “A temática deste ano é muito necessária, atual e relevante e vai de encontro a projetos que estão em duas linhas de pesquisa de nosso programa de mestrado em Produção Animal: qualidade de alimentos de origem animal e nutrição e alimentação animal, ou seja, o produto ou coprodutos de origem regional. A programação do simpósio com certeza, tem muito o que acrescentar para todos”, analisa o subcoordenador do mestrado em Produção Animal do ICA, Mário Henrique Mourthé.

Programação diversificada
Durante o V SIMEALI serão realizados sete palestras e 12 minicursos. Logo após a abertura, o professor doutor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Paulo Cézar Stringheta, ministrou uma palestra sobre compostos bioativos. Durante a tarde, a professora da Universidade Federal de São Del Rei (UFSJ), Lanamar de Almeida Carlos, falou sobre o potencial antioxidante de plantas alimentícias não convencionais.
A professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Luciana de Oliveira Andrade, falou sobre as pesquisas com proteínas alternativas desenvolvidas na Universidade. “Esta é uma área que vem crescendo muito nos últimos anos. Já se fala sobre proteínas alternativas há muito tempo, principalmente baseadas em plantas e fermentação. Nós temos um projeto de carne cultivada no laboratório, financiado por uma instituição internacional – a The Good Food Institute – que financia projetos de proteínas alternativas. Estamos, digamos que, com meio caminho andado no desenvolvimento de uma carne de frango desenvolvida em laboratório”, explana a docente.

A professora Luciana de Oliveira Andrade, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG apresentou pesquisas sobre produção de carne em laboratório
Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

Acadêmica do mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Talita Fernandes participa pela primeira vez do SIMEALI. Para ela, uma grande oportunidade para complementar a formação. “Espero que sejam três dias de muito conhecimento e também de networking. É uma oportunidade para a troca de conhecimento e aproximação com pessoas de outras instituições. Vou apresentar dois trabalhos junto com outras colegas e isso é bastante animador”, relata.

III Mostra de Novos Produtos

Cinquenta e quatro trabalhos foram selecionados para a III Mostra de Novos Produtos
Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

Bolo de coco macaúba sem lactose, pesto de ora-pro-nóbis e pizza de pequi. Estes foram alguns dos produtos apresentados na III Mostra de Novos Produtos do SIMEALI. Ao todo, foram selecionados 54 trabalhos de representantes de diversas instituições.  Criada com o objetivo de incentivar a inovação na área de produtos alimentícios, a mostra foi realizada no Centro de Atividades Administrativas e Didáticas (CAAD).

O bolo de coco macaúba sem lactose utiliza um extrato do coco para substituir o leite
Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

Além da exposição de pesquisas, alguns produtos foram apresentados para comissão avaliadora e para o público. Do campus da UFMG em Montes Claros vieram: bolo com extrato de macaúba sem lactose; mistura de buriti para bolos e doces; barra de cereal de coquinho azedo; cupcake de coco macaúba e pizza de pequi. Da Universidade Federal Rural de Pernambuco, o professor Ricardo Pessoa, apresentou o hambúrguer de carne de búfalo. A doutoranda em Engenharia e Ciência de Alimentos da Universidade Estadual da Bahia, Carolina Pessoa, trouxe o pesto de ora-pro-nóbis.
A acadêmica conta que participou da edição anterior do SIMEALI, que aconteceu on-line durante a pandemia, o que despertou nela o desejo de vir à edição presencial. “Eu vi as palestras relacionadas a Alimentos e Engenharia e me interessei. Quando vi que haveria a quinta edição, não pensei duas e vezes e aproveitei a oportunidade para apresentar o meu produto”, relata.
O resultado final da III Mostra será divulgado durante a cerimônia de encerramento do V SIMEALI. Os três melhores trabalhos receberão um certificado de honra ao mérito e serão premiados em dinheiro. Os trabalhos serão publicados nos Anais do evento.
Confira a programação completa do V Simeali aqui .

Abaixo, os demais produtos apresentados na Mostra.

Barra de cereal de coquinho azedo utiliza as fibras e polpa do fruto Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

 

Cupcake de macaúba é feito com farinha da amêndoa do coco Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

 

O hambúrguer de carne de búfalo foi desenvolvido na Universidade Federal Rural de Pernambuco Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

 

Mistura de buriti pode ser utilizada para produção de bolos e doces Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

O pesto de ora-pro-nóbis foi desenvolvido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

A pizza com sabor de pequi leva pedaços da polpa do fruto na cobertura Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG

(Ana Cláudia Mendes I Cedecom UFMG Montes Claros)