Árvores começaram a florir no mês de junho e seguem sequência de cores de acordo com condições climáticas

Período de floração dos ipês começa em junho e segue até setembro. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Em uma breve caminhada pelo Instituto de Ciências Agrárias (ICA) é possível ver o colorido de flores amarelas em alguns pontos do campus. São os ipês mostrando toda a sua beleza. As árvores fazem parte das 122 espécies arbóreas e arborescentes, distribuídas em 33 famílias botânicas presentes no ICA. A Unidade Acadêmica abriga oito espécies de ipês, além do ipê-mirim. Estas são: quatro espécies de ipê-amarelo, ipê-verde, ipê-roxo, ipê-rosa e ipê-branco.

Ipê em frente ao Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Calendário de flores e cores
A floração começa, normalmente, no mês de junho e se estende até setembro, seguindo uma sequência de cores: primeiro o ipê roxo, em seguida o amarelo, o rosa, o branco e mais uma vez o amarelo. De acordo com a coordenadora do Herbário Norte-Mineiro do ICA e professora, Rúbia Santos Fonseca, há um motivo para esta ordem de floração. “Ecologicamente essa cronologia de floração sequencial das espécies aparentadas é muito importante, pois reduz a competição por polinizadores pelas espécies de ipês. Os ipês compartilham polinizadores, se todos florescessem ao mesmo tempo os polinizadores levariam pólen de uma espécie para outra, reduzindo assim o sucesso da polinização e a futura produção de frutos e sementes”, explica.

Ipês brancos ao lado da quadra do CAAD. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Durante o período de floração, nota-se que as árvores perdem as folhas e enchem-se de flores. A temperatura e comprimento do dia estão entre os principais fatores reguladores deste fenômeno. “Com a chegada do inverno as temperaturas reduzem e os dias começam a escurecer mais cedo; as plantas logo captam esse estímulo. Respondendo com a perda das folhas e produção de flores, no caso dos ipês. Esse comportamento é o que promove a florada explosiva dos ipês, já que suas copas ficam vazias, esperando apenas a produção e abertura das flores. Outra característica dessas plantas é a abertura de muitas flores ao mesmo tempo, fazendo com que a floração seja curta, mas intensa e exuberante”, conta a coordenadora do Herbário.

Durante a floração, árvores perdem as folhas e enchem-se de flores. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Muito além da beleza

Ipês amarelos são protegidos por lei em Minas Gerais e não podem ser cortados. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Além do uso na ornamentação e da importância para manutenção de polinizadores, algumas espécies de ipês que são consideradas Pancs (Plantas alimentícias não convencionais). De acordo com a professora Rúbia Fonseca, já há inclusive livros que sugerem o uso das suas flores em diferentes receitas. A madeira de qualidade é usada para construção civil, produção de móveis, instrumentos etc. Vale ressaltar, que conforme Lei nº 20.308, de 27 de julho de 2012, os ipês-amarelos são imunes de corte no estado de Minas Gerais.

(Ana Cláudia Mendes/UFMG)