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30 / ago / 2018
Comunidade de Montes Claros defende interiorização como eixo fundamental do PDI

Realizada em Montes Claros, esta foi a terceira audiência da UFMG para elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Institucional

A interiorização da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com destaque para as contribuições para o desenvolvimento social das localidades em que estão inseridas as unidades acadêmicas, assim como os desafios em relação ao distanciamento geográfico em relação à administração central foram temas das discussões da terceira audiência pública sobre o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2018-2023. O encontro foi realizado na tarde desta quarta-feira, 29, no Instituto de Ciências Agrárias, campus da UFMG em Montes Claros.

A audiência faz parte da programação da elaboração do PDI da Universidade e se configura como um espaço de abertura com a comunidade acadêmica para a proposição de questões ao texto que vai compor o Plano e também de esclarecimento sobre a versão preliminar, que encontra-se disponível para consulta e apreciação. A comissão responsável em sistematizar o processo de elaboração do PDI da UFMG recebe considerações ao texto até a primeira semana de setembro. As sugestões podem ser enviadas por e-mail para o endereço pdi2018-2023@ufmg.br.

As sugestões levantadas durante as três audiências públicas serão levadas em consideração pela comissão para a elaboração do documento final que será submetido à avaliação e aprovação pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e pelo Conselho Universitário em outubro.

O professor Ricardo Takahashi, presidente da Comissão, apresentou à comunidade os principais pontos tratados na proposta preliminar do PDI e os objetivos do documento que, além de servir como instrumento de planejamento institucional, propõe-se a ser um material de transparência com a sociedade, além de oferecer bases para avaliações institucionais e externas dos órgãos de controle.

Segundo ele, a comissão planeja elaborar um Plano para se converter em material referencial e fonte oficial de dados sobre a UFMG. “Procuramos introduzir em quase todos os textos uma explanação histórica mais detalhada do que aquela que constava de PDIs anteriores, junto com os conceitos que vêm perpassando a Universidade nas últimas décadas. É uma meta audaciosa que só tem chance de ser cumprida com a ajuda de todos”, ressaltou.

O documento valerá como um instrumento de planejamento institucional. Foto: Amanda Lelis/UFMG

O diretor do ICA, Leonardo David Tuffi Santos, parabenizou a comissão de elaboração do documento durante a audiência. “Olhando os textos disponíveis no site, é possível perceber que há uma diferença grande em relação aos documentos anteriores. Principalmente nas menções ao campus de Montes Claros, que eram bastante incipientes nos outros PDIs. Considero um ganho para nossa unidade”, relatou. O professor Leonardo também ressaltou a necessidade de aproximar o planejado para o PDI com a realidade, sobretudo, quanto ao alcance das políticas da Universidade que devem atingir a todos os seus campi.

Contribuições da comunidade

O centro das discussões foi a interiorização da Universidade. Um dos pontos discutidos foi o desenvolvimento social promovido pelas unidades acadêmicas baseadas no interior e as contribuições das instituições de ensino superior nas regiões em que atuam, com a promoção de projetos e ações de aproximação com as populações locais.

Professor Takahashi: A Universidade identificou a oportunidade de que esse documento pudesse ser compreendido como algo que reflete os anseios da comunidade. Foto: Amanda Lelis/UFMG

O professor do ICA Ernane Ronie Martins elogiou o espaço de discussão e colaboração aberto à comunidade para a elaboração do documento e pontuou a interiorização da UFMG como um tópico importante a ser mencionado no Plano. “Muitas falas aqui expostas dão um sentido em relação à nossa preocupação com o ICA. Enquanto a UFMG está preocupada com internacionalização, nós ainda temos problemas tão básicos que essas dimensões nos escapam. É muito louvável que esse PDI comece a tocar em pontos de interesse das unidades. Essa interiorização, que é essencial da UFMG, devia ser uma linha importantíssima dentro do PDI, visando fortalecer isso como uma linha que direcione esses próximos anos”, argumentou Ernane.

Ernani Ronie: a interiorização, que é essencial da UFMG, devia ser uma linha importantíssima dentro do PDI. Foto: Amanda Lelis/UFMG

Segundo Takahashi, este era um aspecto que não havia sido inserido na proposta preliminar e que será avaliada sua exposição no próximo Plano. “Vamos nos ater sobre essa questão e dar um jeito de apresentar explicitamente essa necessidade da Universidade, em linhas gerais, olhar também para o conjunto de unidades do Estado, que até então estava ausente dos outros PDIs e deve ser incluído”, explanou.

Também houve manifestações sobre os desafios de encaminhar demandas institucionais para a Administração Central em razão do distanciamento geográfico. A administradora Nívea Almeida sugeriu que os programas e ações de inovação e empreendedorismo da Universidade contemplem mais unidades acadêmicas.

O professor Alcinei Místico Azevedo trouxe para o debate as inovações tecnológicas e sua contribuição para novas metodologias de ensino e aprendizagem e a necessidade de formação continuada aos docentes para uso de novas ferramentas e abordagens diferenciadas de ensino. “A gente procurou mencionar isso no PDI, de como lidar questões de transformações do ensino e das trocas entre tecnologia e metodologias de ensino. Embora o documento não seja um espaço para detalhar questões pontuais, esses temas fazem parte da agenda da UFMG desde 2008, quando foi criada a Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino. E são contemplados no PDI, no texto do Projeto Pedagógico Institucional”, esclareceu Takahashi.

Outros tópicos apresentados durante o encontro dizem respeito à adoção de alternativas sustentáveis na infraestrutura física dos campi, em relação ao uso da água e da implementação de energias alternativas; E também sobre a disponibilização do conteúdo do PDI de forma clara e com linguagem acessível a diferentes públicos da Universidade, principalmente aos estudantes. A necessidade de manutenção das políticas de apoio ao ensino de graduação e pós-graduação também foi ressaltada no encontro.

O Plano

O conteúdo do PDI está organizado em sete capítulos: Perfil Institucional; Projeto Pedagógico Institucional; Políticas Acadêmicas; Desenvolvimento Institucional; Políticas de Gestão; Infraestrutura; e Avaliação Institucional. O índice reflete as dimensões exigidas pelos órgãos de controle e delimitam objetivos que tenham uma universalidade entre toda a UFMG.

Este será o terceiro PDI da UFMG, desde a validação da Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), de 2004. Os documentos anteriores eram referentes aos períodos de 2008 a 2013 e 2013 a 2018. O PDI é um instrumento obrigatório, em concordância com o Decreto 9.235, de 15 de dezembro de 2017, para fins de credenciamento e recredenciamento das Instituições de Ensino Superior junto ao Ministério da Educação (MEC).

Mais informações podem ser consultadas no site do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFMG 2018-2023.