Nesta segunda-feira, 10 de agosto, o ICA retoma as atividades da graduação por meio do Ensino Remoto Emergencial
Diferente dos anos anteriores, a comunidade acadêmica do ICA, estará reunida pelo Ensino Remoto Emergencial. Foto: Lucas Braga
Após o Ministério da Educação (MEC) permitir a adoção do ensino remoto enquanto durar a pandemia da Covid-19, número relevante de Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil iniciou a sua execução de forma quase instantânea. A execução quase instantânea do ensino remoto, normalmente não acompanhada por um planejamento robusto, coloca em cheque a qualidade do ensino superior e pode criar transtornos que perturbem o já tumultuado cenário em que vivemos em nível global.
Mesmo estudando a fundo o que é planejar, organizar, coordenar e controlar há alguns anos em minha carreira acadêmica, surpreendi-me positiva e fortemente com o planejamento exemplar que a UFMG realizou para a retomada de suas atividades acadêmicas no formato de Ensino Remoto Emergencial. Ficou evidente, nos últimos quase cinco meses, o que a Universidade quer dizer, de fato, quando assevera que preza pela qualidade do ensino e por uma retomada segura das suas atividades acadêmicas.
A UFMG ressaltou, na prática, a sua preocupação com a equidade, ao levar em consideração a heterogeneidade de seu corpo discente, promovendo ações dentro de sua Política de Inclusão Digital, instrumentalizada pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE). O planejamento da UFMG para a retomada de suas atividades acadêmicas e a preparação proporcionada por ela são motivos de orgulho de todos os membros de sua comunidade acadêmica. Essa instituição não “brinca” de ser universidade e somos privilegiados por fazermos parte dela.
Adicionalmente às diversas oficinas, minicursos, fóruns on-line, webinars, tutoriais, guias e vídeos disponibilizados pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), em conjunto com a Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino – GIZ, com o Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed) e com a Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), a Diretoria do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG – Campus Regional de Montes Claros instituiu duas Comissões internas, visando ao acompanhamento do retorno às atividades acadêmicas na modalidade de Ensino Remoto Emergencial, no âmbito dos cursos de graduação e de pósgraduação do ICA/UFMG.
As Comissões, além de elaborarem e divulgarem orientações para o cenário de ensino remoto, objetivaram intensificar a integração e o engajamento dos docentes deste Campus, promovendo formações internas que perpassaram o uso de atividades e recursos da Plataforma Moodle e do sistema Mconf, o uso da Plataforma Microsoft Teams, a produção de conteúdos para mídias sociais, a gravação e a edição de vídeos no YouTube, dentre outras temáticas, e já têm planejada outra formação, voltada para a dinamização de vídeo aulas, a ser realizada anteriormente à retomada das atividades acadêmicas que, no Campus Regional de Montes Claros, em 10 de agosto.
Uma retomada exemplar de atividades acadêmicas não é aquela que é executada exatamente como foi planejada. Nenhum planejamento, em quaisquer esferas de análise, é executado de forma perfeita, justamente pela alta probabilidade de imprevistos. Na área financeira, a título de exemplo, nenhum orçamento é “engessado”, justamente pela probabilidade de ocorrência de gastos extras. De forma similar, o planejamento da retomada das atividades acadêmicas na UFMG não ocorrerá de forma perfeita e seus imprevistos naturais precisam ser aceitos e enfrentados. Uma retomada exemplar de atividades acadêmicas é aquela que foi bem pensada e isso, de fato, não faltou à UFMG.
Portanto, convido os membros da comunidade acadêmica, em especial os discentes, a fazerem uma reflexão durante todos os momentos em que imprevistos acontecerem, quando, por exemplo, a conexão com a internet se perder durante uma atividade síncrona, quando sistemas se mostrarem instáveis, quando a vídeo aula de um professor não for tão atraente quanto a sua aula presencial.
Nesses momentos, reflitam: a UFMG oferece a mim uma educação gratuita e inclusiva? Ela pensa em mim? Leva em consideração a opinião dos membros de sua comunidade acadêmica? Gastou tempo se planejando para este momento peculiar? Preparou-se para este cenário? Envolveu pessoas e recursos financeiros para dar continuidade à sua missão mesmo em meio a uma pandemia? Se a sua resposta for positiva para qualquer uma dessas perguntas, reflita, por fim: neste cenário, qual a minha contribuição? Qual a minha contrapartida para a UFMG? Como posso retribuir os esforços que ela envidou? Como sugestão, comece oferecendo, como contrapartida, a sua compreensão. Ela será fundamental para o sucesso de todos.
Professor André Luiz Athayde, coordenador da Comissão para acompanhamento do retorno às atividades acadêmicas no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG.