Ensino e extensão

  • Cursos de capacitação de produtores rurais em produção e manejo de suínos
  • Atividades de capacitação e treinamento de equipes técnicas em sistemas de produção
  • Programa Porco do Cerrado
  • Desenvolvimento e implantação de um sistema de produção extensivo de suínos utilizando a raça nativa Piau no Assentamento Estrela do Norte no município de Montes Claros – MG

Pesquisa e tecnologia

Nutrição de precisão
em Reprodutoras

A alimentação de precisão é proposta como uma abordagem essencial para melhorar a eficiência de utilização dos nutrientes oriundos da dieta e reduzir assim o custo da dieta e a excreção de nutrientes. A nutrição de precisão requer um conhecimento do valor nutricional dos ingredientes, exigência nutricional dos animais, formulação das dietas de acordo com as restrições ambientais e do adequado ajuste da oferta de nutrientes com a exigência dos suínos.
A alimentação de precisão de porcas compreende o uso de modelos matemáticos aliados a tecnologias que permitam o fornecimento da quantidade e composição nutricional precisa do alimento diariamente e para cada fêmea de uma população. Na fase de engorda, tem sido estimado que ao utilizar esse sistema pode resultar em uma redução de 4,6% no custo de alimentação e de aproximadamente 38% na excreção de nitrogênio e fósforo. Associado a isto, a integração de técnicas de nutrição de precisão em sistemas de produção permite o monitoramento em tempo real do alimento e do animal quando se trata de atingir ótimos resultados reprodutivos e produtivos, melhorando assim a sustentabilidade da produção suína, bem-estar animal e retorno econômico.

Nutrição Funcional

O conceito da nutrição funcional é usar as informações da ciência da nutrição para prevenir ou tratar desafios patológicos e distúrbios metabólicos, causados por fatores externos ao animal (ex. desafios sanitários e/ou térmicos), através dos nutrientes fornecidos pela dieta. Diante dos cenários atuais referentes ao banimento do uso de antibióticos como melhoradores de desempenho, retirada da ractopamina em fase de engorda e efeito deletério do estresse por calor sobre o desempenho dos suínos, torna-se fundamental buscar soluções nutricionais para amenizar os impactos causados pelos fatores extrínsecos aos animais e permitir que os mesmos mantenham o desempenho em níveis economicamente rentáveis. Assim sendo, as nossas pesquisas com a nutrição funcional rastreiam os sintomas, sinais e características dos animais e os relaciona com a carência ou excesso dos nutrientes, corrigindo os desequilíbrios nutricionais que geram sobrecarga no sistema imunológico e desencadeiam alterações e perdas produtivas.

Comportamento social
e alimentar

Em todas as fases da produção de suínos, detecta-se a formação de uma hierarquia social, caracterizada por uma classificação clara de dominante a subdominante, sendo evidente em grupos de suínos mantidos em baixas densidades. A preferência alimentar dos suínos pode variar de acordo com a idade ou estagio fisiológico e, para os suínos de produção, esse fator interfere diretamente na dinâmica de consumo de ração que, consequentemente se torna um fator limitante da produção de carne, por isso, é de grande importância o entendimento sobre a preferência alimentar dos animais bem como da dinâmica de consumo em cada fase de criação. Existem vários fatores envolvidos na redução da eficiência produtiva dos suínos, o clima é um dos principais fatores limitantes da produção, principalmente nas regiões mais quentes, em que os suínos se encontram sob estresse térmico por calor e como consequência, observa-se a redução do consumo de ração e o aumento da ingestão de água. Portanto, algumas estratégias nutricionais como uso de dietas de baixo incremento calórico, uso de aditivos funcionais e melhor entendimento do comportamento alimentar das fêmeas torna-se essencial para buscar soluções para amenizar os impactos causados pelo clima.

Já a fase de pós-desmame do suíno, compreende algumas mudanças na vida dos animais que podem agravar o estresse do desmame, como o transporte para a creche, a mudança da dieta líquida para a sólida, as novas instalações e os novos indivíduos do grupo. Toda essa situação resulta em drástica redução de consumo na primeira semana pós-desmame e consequentemente redução no ganho de peso diário dos animais ou em alguns casos, até a perda de peso e isso representa uma perda econômica significativa para o produtor. No entanto, esse estresse pode ser amenizado com o fornecimento de alimentos de maior preferência pelos leitões, o que servirá como motivação para aumentar o consumo de alimento sólido e assim, melhorar o comportamento alimentar, social e bem-estar dos animais e reduzir o impacto de alguns problemas de saúde, como diarreia que é um problema sanitário bastante comum na fase de creche.

Adaptação ambiental
e bem-estar

Devido ao reconhecimento dos problemas causados pelas temperaturas elevadas na eficiência de produção e bem-estar dos suínos, os objetivos de várias pesquisas nos últimos anos têm sido investigar as alterações fisiológicas e metabólicas decorrentes do estresse e desenvolver soluções para aliviar os efeitos negativos das altas temperaturas. Várias técnicas de manejo têm sido testadas, porém apenas um número limitado se mostrou realmente eficiente e viável economicamente. Práticas devem ser investigadas, visando maximizar o potencial genético destes animais. As alternativas podem envolver modificações químicas ou físicas da ração ou modificações de manejo (horário e quantidade das refeições).  Em períodos de calor, pode não ser possível, por meio da nutrição e do manejo amenizar o problema da redução do consumo de ração, necessitando que sejam adotadas medidas de controle ambiental das instalações.

Digestibilidade e Metabolismo de Nutrientes

A alimentação atual já não se restringe ao uso de alimentos naturais que, cada vez mais vêm sendo substituídos por resíduos ou subprodutos das indústrias, havendo necessidade de conhecer os seus valores nutritivos. A determinação dos valores de digestibilidade dos alimentos para suínos tem sido importante para o auxílio à formulação de dietas para esta espécie. Já os ensaios de metabolismo têm sido conduzidos com suínos de diversas idades e pesos corporais, na tentativa de se chegar a valores que melhor expressem o valor biológico dos alimentos. Assim, em nosso laboratório podemos conduzir ensaios de digestibilidade e metabolismo com suínos, objetivando-se estudar como diferentes matérias-primas e aditivos impactam na digestibilidade de alimentos protéicos, energéticos e fibrosos.