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16 / ago / 2019
Simpósio de Engenharia de Alimentos recebeu cerca de 200 participantes no ICA

O evento reuniu pesquisadores e especialistas para discutir a interdisciplinaridade e a inovação no setor  

Foram apresentados trabalhos científicos em pôster durante o evento. Foto: Victor Maurício/UFMG.

Alimentos funcionais, boas-práticas na produção alimentícia, insetos na alimentação. Estes foram alguns dos muitos assuntos que estiveram em discussão durante a 3ª edição do Simpósio de Engenharia de Alimentos (Simeali), realizado entre 14 e 16 de agosto no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG.

Nos três dias, foram realizadas palestras por profissionais e pesquisadores de instituições de diferentes regiões do Brasil. O Evento reuniu cerca de 200 participantes para a programação que, além das palestras, também contemplou minicursos, apresentação de trabalhos científicos e a II Mostra de Novos Produtos.

A professora Cláudia Regina, coordenadora do evento, comemora os resultados e comenta que, em sua terceira edição, o encontro já está se consolidando na região. “O evento é importante no Norte de Minas, pois é uma região com muitos produtores rurais, muito rica na diversidade de produtos e no trabalho com o processamento de alimentos. O Simeali está se consolidando como um grande evento sobre a temática de Engenharia de Alimentos e áreas afins, como nutrição, ciência e tecnologia, gastronomia”, comentou.

Na abertura do evento: a professora Cláudia Regina; o William James; o diretor do ICA, professor Leonardo David Tuffi Santos; a professora Luciana Castro Geraseev, e a professora Érika Endo Alves. Foto: Amanda Lelis/UFMG

De acordo com a professora, neste ano, a organização deu um grande passo ao realizar um evento de âmbito nacional. “Trouxemos palestrantes de diversas regiões do Brasil, de instituições conceituadas como a UFRJ, Unicamp, USP, entre outras, e tivemos uma adesão muito grande de participantes. Estamos muito felizes com essa resposta, pois fomos ousados num momento em que estamos passando por uma situação econômica crítica”, relatou.

Durante a abertura do evento, o diretor da Unidade Acadêmica, professor Leonardo David Tuffi Santos, elogiou a atuação da comissão organizadora e também comentou sobre o contexto político atual. “Sabemos o quanto este tipo de evento é importante para a formação dos jovens da graduação e da pós-graduação e também para atualização dos técnicos e demais profissionais da Universidade. Em tempos difíceis de desvalorização da ciência e das Universidades Públicas e com cortes orçamentários, sabemos como é difícil realizar eventos deste porte”, disse durante pronunciamento.

Troca de conhecimentos

Foram oito palestras e 14 minicursos oferecidos durante o evento. Nesta edição, o tema escolhido foi “Interdisciplinaridade e inovação na Engenharia de Alimentos”, que permeou as atividades do Simeali.

Durante a palestra de abertura, Simone Álvares Martins, do Conselho Regional de Química, falou sobre o mercado e o cenário nacional para o setor. Simone comentou sobre o fortalecimento da agricultura familiar, destacando os dados do último Censo Agropecuário, que apontou que a atividade é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes e apresenta o faturamento anual de 55 bilhões de dólares. “Temos o desafio de propiciar produtos saudáveis, nutritivos, seguros, acessíveis e práticos”, ressaltou durante a palestra.

Durante o evento, também foram apresentados trabalhos científicos. Na cerimônia de encerramento, os dez melhores trabalhos avaliados pela Comissão Avaliadora do evento foram premiados.

Premiação da mostra científica. Foto: Victor Maurício/UFMG

Um dos trabalhos expostos durante a Mostra Científica foi a pesquisa de Alécia Daila Barros, estudante da graduação em Engenharia de Alimentos do ICA. A pesquisa analisou a microbiota presente em esponjas utilizadas em unidades de alimentação da cidade de Montes Claros e também os métodos de desinfecção dessas esponjas.

“Os resultados demonstraram que as esponjas estavam contaminadas por bactérias, fungos e leveduras, coliformes a 45°C”, informou Alécia.  De acordo com a pesquisadora, com a aplicação dos tratamentos houve redução dos microrganismos, a fervura durante cinco minutos foi o método mais eficiente, reduzindo mais de 70% da carga microbiana. “A troca de informações e experiências durante as apresentações dos trabalhos com alunos,  professores e técnicos do  ICA e de outras instituições, foi de grande importância para a aquisição de mais conhecimentos e geração de novas  ideias para  pesquisas futuras na área de  alimentos”, disse a pesquisadora.

Também foi realizada a II Mostra de Novos Produtos que objetivou incentivar o desenvolvimento de inovações e melhorias dos produtos alimentícios. Os três melhores produtos apresentados foram premiados durante o encerramento do evento (veja a lista com os autores): em terceiro lugar, ficou a “Barra de cereais com adição de farinha de larva de Tenebrio molitor” (família Tenebrionidae); em segundo lugar ficou o “Refrigerante natural funcional sabor maracujá com hibisco”; e em primeiro lugar ficou a “Pré-mistura de bolo sem glúten a base de farinha de arroz negro e arroz vermelho”.

A pré-mistura de bolo sem glúten ficou em primeiro lugar na Mostra de Produtos. Foto: Victor Maurício/UFMG

Veja a cobertura fotográfica do evento.