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04 / maio / 2020
Professores do ICA preveem desafios para agricultores familiares

Apesar de segurança alimentar e dispersão física, pandemia representa risco à renda

Com a quarentena imposta pela crise sanitária do novo coronavírus, o cultivo e produção de alimentos para consumo próprio e para venda em pequenas localidades continua, mas também encontra algumas dificuldades. É o que avaliam professores do Instituto de Ciências Agrárias (ICA/UFMG). De acordo com o professor Eduardo Ribeiro, especialista em agricultura familiar, os produtores rurais mineiros têm em média entre 55 a 60 anos, o que faz com que sejam, em grande parte, do grupo de risco.

A dispersão física e a segurança alimentar são vantagens dos agricultores familiares no enfrentamento da pandemia, mas dificuldades no acesso aos serviços de saúde e a queda no faturamento são pontos destacados pela professora Flávia Galizoni (ICA/UFMG). A renda dos pequenos produtores depende em grande parte de sistema de venda direta, já que envolve contato com consumidores em feiras, bancas e hortifrutis. Como a maioria das cidades adotou regime de distanciamento para a contenção do vírus, há a necessidade de adaptação da logística de venda, seja com a adoção de televenda, divulgação por rádio e serviço de entrega, o que nem todos os produtores têm condições de arcar. Com essa adaptação, a previsão de faturamento para o ano é significativamente alterada.

Outro aspecto destacado pelo professor Eduardo é o de que há tempo para que os produtores se organizem para as safras de maio, como as do milho, mandioca e cana, e dos produtos processados, que representam uma parcela importante da renda de agricultores familiares, mas num possível prolongamento da quarentena esse sistema se encontrará em dificuldades. Assista:

Ficha técnica: Vitória Fonseca (produção); Otávio Zonatto (edição de imagens); Renata Valentim (edição de conteúdo).