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23 / mar / 2021
Política estabelece diretrizes para os projetos de ensino de graduação da UFMG

Proposta, que foi elaborada por representantes das unidades acadêmicas e da Ebap, será lançada nesta quarta-feira

Sala de aula do curso de Psicologia antes da pandemia: política tem papel articulador. Foto: Lucas Braga | UFMG

A UFMG tem larga experiência no desenvolvimento de projetos de ensino de qualidade e com grande potencial de inovação, que historicamente contribuíram para que a sua graduação se consolidasse como uma das melhores do país. Esse conjunto de programas e práticas atualmente estabelecido e outros que serão construídos ganharão ainda mais consistência com a Política para Projetos de Ensino na Graduação, cuja proposta será lançada nesta quarta-feira, dia 24, na 18ª edição dos fóruns on-line do Programa Integração Docente.

“Uma política de projetos como a que se propõe terá papel central como articuladora dos diversos programas e ações já estabelecidos pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), indica a relevância dos projetos de ensino-aprendizagem no desenvolvimento da carreira docente e visa fomentar o compartilhamento e a divulgação de experiências dos professores da Instituição”, resume a pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira.

A formulação da política é uma das ações prioritárias da Prograd definidas em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional (2018-2023) UFMG. Suas diretrizes foram elaboradas com a participação de representantes docentes de todas as unidades acadêmicas e da Escola de Ensino Básico e Profissional (Ebap), reunidos no Comitê 21, instituído em fevereiro.

Márcia dos Santos Pereira: construção coletiva. Foto: Escola de Enfermagem / UFMG

Abrindo a roda
Ao longo deste ano, a proposta será discutida e receberá contribuições do corpo docente da UFMG. “É o momento de abrir a roda, para que o maior número possível de docentes participe ativamente de sua construção”, propõe a professora Márcia dos Santos Pereira, da Escola de Enfermagem, que representa a Unidade no Comitê 21. “Esses momentos serão desafiadores, porque ocorrerão em modo remoto e reunirão pessoas de diferentes áreas e com modos distintos de pensar. Mas também trarão o conforto da construção coletiva, que nos tira da solidão por trás de uma tela, além de dar concretude à interdisciplinaridade e nos preparar para o retorno presencial”, acrescenta.

No âmbito da Pró-reitoria de Graduação, o suporte aos projetos de ensino é oferecido por três programas: Monitoria de Graduação (PMG), que concede bolsas acadêmicas, de Apoio a Projetos Estruturantes de Laboratórios para o Ensino de Graduação (Paleg), que fornece apoio financeiro e pedagógico aos laboratórios de ensino, e de Desenvolvimento do Ensino de Graduação (PDEG), destinado a apoiar projetos propostos pelos colegiados dos cursos de graduação.

O funcionamento desses programas será beneficiado pela Política para Projetos de Ensino, avalia o coordenador do Comitê 21 e diretor de Mobilidade, Estágios e Bolsas da Prograd, João Henrique Lara de Amaral. “O processo de avaliação dos programas revelou a necessidade de definir uma estratégia capaz de promover uma articulação transversal entre os cursos. As diretrizes da política de projetos de ensino propõem exatamente isto: integrar cursos, docentes e discentes e diversificar e dinamizar tempos e espaço de formação para a integralização das formações”, afirma Amaral.

Na avaliação do coordenador do Comitê 21, a integração de pessoas e saberes é o caminho mais adequado para o enfrentamento de problemas e a identificação de oportunidades e riscos. “É importante que, durante a formação, os estudantes sejam confrontados com esses problemas, não somente para se prepararem para o mercado de trabalho, como também para se exercitarem em atividades integradas com outros profissionais e áreas do conhecimento”, observa.

João Henrique

João Henrique: integração de pessoas e saberes. Foto: Faculdade de Odontologia / UFMG

Além da oferta de trajetórias de formação singulares para os estudantes, outras vantagens dos projetos de ensino na graduação são indicadas por João Henrique: a diversificação e o desenvolvimento dos processos e oportunidades de ensino, a oportunidade de integração de áreas do conhecimento, a articulação com a extensão e a pesquisa, o enfrentamento de desafios da Universidade, como a redução dos índices de retenção e evasão, e a promoção de ações afirmativas na perspectiva da inclusão e da permanência no ensino superior.

Sensibilização
Entretanto, os desafios para implementação dessa política, na percepção da professora Márcia dos Santos Pereira, não serão poucos: “Exatamente por ser um movimento de construção coletiva, os desafios vão desde a sensibilização dos docentes, inclusive dos próprios membros do Comitê 21, até a definição/redefinição das diretrizes, para que, com base nelas, novos indicadores para monitoramento e avaliação dos projetos sejam estabelecidos, de forma a valorizar as atividades dos docentes e dar visibilidade aos projetos entre os estudantes”, comenta.

No decorrer deste ano, os docentes serão convidados a participar de ações formativas relacionadas aos projetos de ensino ofertadas pela Diretoria de Inovação e Metodologias do Ensino (GIZ). A previsão é que as primeiras ocorram nos meses de maio e junho.

Na avaliação da diretora do GIZ, professora Maria José Flores, a UFMG conseguirá avançar ainda mais em seu projeto acadêmico na área de graduação se reforçar o seu compromisso com a valorização dos sujeitos-docentes. “Isso só terá sentido se esse processo gerar aprendizagens significativas, valorativas para o momento atual, independentemente do foco e das tipologias dos projetos, seja material didático, desenvolvimento curricular, tecnologias ou avaliação, conforme a classificação proposta”, observa.

Programação do Fórum
A 18ª edição do Fórum de Integração Docente, na qual a Política para Projetos de Ensino na Graduação será lançada, contará, nesta quarta-feira, com a presença da professora Maria Isabel da Cunha, das universidades Federal de Pelotas (UFPel) e Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Ela falará sobre Pesquisa e docência: cenários e impasses epistemológicos para a qualificação do ensino superior.

O evento será aberto pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida. Em seguida, a proposta da Política para projetos de ensino será apresentada pela pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira, pelo diretor de Mobilidade, Estágios e Bolsas da Prograd, João Henrique Amaral, e pela representante do Comitê de Assessoramento à Câmara de Graduação, Rubia Carneiro Neves, docente da Faculdade de Direito.

O fórum terá início às 14h, com transmissão pelo canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) no YouTube.

Lançado no contexto da pandemia, o Fórum de Integração Docente constitui-se em amplo espaço de discussão sobre ações da graduação, que transcende o ensino remoto emergencial.