Em palestra no ICA, Niro Higuchi, do Inpa, incentivou estudantes do ICA a se aprofundarem na área florestal

Pesquisador do Inpa e Nobel da Paz, Niro Higuchi, falou sobre atividades de pesquisa desenvolvidas no Inpa.                                            (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

O universo das pesquisas ambientais desenvolvidas na Amazônia foi apresentado a estudantes e professores que participaram do 8º Dia F, evento organizado pelo Programa de Educação Tutorial (PET) Engenharia Florestal. O engenheiro florestal, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Nobel da Paz, Niro Higuchi, falou como as atividades desenvolvidas no âmbito da pós-graduação tem contribuído para o desenvolvimento do Brasil. “Eu tenho certeza absoluta de que a pós-graduação segura os institutos de pesquisa e as universidades do Brasil, inclusive por causa da participação dos discentes, que fazem a máquina funcionar”.
Além de apresentar as pesquisas desenvolvidas pelo Inpa, Higuchi incentivou estudantes do Instituto de Ciências Agrárias a ingressarem na área. Segundo ele, a diversidade de conhecimentos sobre os vários biomas brasileiros é muito bem-vinda. “Nós precisamos da diversidade de formação desses alunos, em diferentes biomas. Isso para fazer avançar o conhecimento na Amazônia e para proteger aquela floresta. Sem conhecimento, aquela floresta vai desaparecer”, alertou.
Niro Higuchi recebeu o Prêmio Nobel da Paz juntamente com outros cientistas vinculados ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, no qual é o representante da Amazônia. “O IPCC [sigla de Intergovernmental Panel on Climate Change, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] não tem um quadro técnico próprio. Ele é formado por voluntários que são convidados de tempos em tempos. Em 2006, eu fui convidado para participar por causa do meu conhecimento sobre a floresta e sobre o impacto do carbono nela. E ajudamos a escrever o quarto relatório de avaliação. A fundação que cuida do Prêmio Nobel da Paz considerou que aquele era um documento de paz, pois buscava a paz no mundo. Pelos riscos que estamos correndo com essas mudanças [climáticas] que estão ocorrendo”, conta Niro Higuchi.

Despertar

Egressa do curso de Engenharia Florestal do ICA, Daisy Souza hoje faz doutorado no Inpa. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

A egressa do curso Engenharia Florestal do ICA Daisy Souza acompanhou a palestra. Graduada em 2018, ela é mestre em Ciências de Florestas Tropicais pelo Inpa, onde também faz doutorado. Ela destacou a importância da formação que recebeu no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG para seguir carreira como pesquisadora. “Todo o contato que eu tive na universidade, com professores, até mesmo com os alunos, toda essa convivência me incentivou a querer conhecer mais a Engenharia Florestal. Graças aos vários professores daqui, que conhecem o Niro, fui despertada para a Amazônia, para fazer o mestrado no Inpa e consequentemente o doutorado. Eu sou muito grata às pessoas que conheci aqui e à trajetória que eu tive na universidade”, disse ela.

Palestra chamou a atenção dos acadêmicos para oportunidades de pesquisa em Engenharia Florestal. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Aluna do nono período de Engenharia Florestal e coordenadora do PET Florestal, Nayara de Souza falou sobre a oportunidade. “Ter o Niro aqui na universidade é uma oportunidade que dificilmente a gente teria em outro momento. Já mantivemos contato com ele de forma virtual. As possibilidades que ele apresentou em sua palestra abriram nossos horizontes. São novas possibilidades de carreira e de pesquisa”, afirmou.

(Ana Cláudia Mendes/UFMG)