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27 / maio / 2019
Mostra Sua UFMG reúne cerca de 30 mil pessoas no campus Pampulha

Estudantes, professores e familiares conheceram “in loco” a dimensão da Universidade e a diversidade dos seus 91 cursos

Cerca de 30 mil pessoas lotaram o campus Pampulha neste sábado, 25, para participar das atividades da Mostra Sua UFMG, versão reformulada da Mostra das Profissões da Universidade. Estudantes, professores, seus amigos e familiares tiveram a chance de conhecer melhor e tirar dúvidas sobre os 91 cursos de graduação ofertados pela Universidade. Além das tradicionais salas interativas e palestras, oficinas, apresentações de dança e música e rodas de conversa sobre acesso e permanência na UFMG foram destaque entre as atividades do dia.

“Estamos muito felizes de ver tantos jovens aqui no campus, o que já demonstra o sucesso do evento”, afirmou a pró-reitora de Graduação, Benigna Oliveira. Ela conta que a reformulação do evento visava aproximar a UFMG do estudante, já que uma pesquisa de público realizada no ano anterior mostrou que muitos não viam a universidade como opção para o ensino superior. “Eles viam uma dificuldade tanto no acesso quanto na permanência. Então, avaliamos que era importante nos aproximarmos desse público e convidá-los a se apropriarem da UFMG e a vê-la como a primeira opção para quando eles forem à universidade”.

Alessandro Moreira: educação como elemento de transformação. Foto: Raphaella Dias / UFMG

“Estamos abrindo as portas da universidade para um novo corpo de estudantes”, afirmou o vice-reitor Alessandro Moreira. “Toda a sociedade tem que ver a importância dessa universidade e o que que ela faz para a sociedade. A educação é importante para a transformação da pessoa, pois só assim ela pode transformar a sociedade”, reforçou.

Imersão
Os estudantes da Escola Estadual Professor João Menezes saíram de Piumhi, na região de Centro-oeste de Minas, às 3h40 da manhã para participar da Mostra Sua UFMG. “Lecionei para esses alunos no primeiro ano do ensino médio e agora estou acompanhando-os nessa visita porque também trabalho na secretaria da Escola”, conta Fábia Rego, ele própria formada na UFMG na primeira turma de ensino a distância do curso de Geografia. “A UFMG é uma universidade de referência pro país inteiro. Pela grandiosidade e competência dos cursos, acredito que é muito válido sempre trazê-los”, afirmou, justificando o motivo de percorrerem os mais de 250 quilômetros que separam Piumhi  de Belo Horizonte.

Fábia Rego (segunda da esquerda para a direita) com estudantes de Piumhi. Foto: Raphaella Dias / UFMG

Durante a Mostra, os estudantes puderam conferir suas áreas de interesse de perto por meio de conversas com estudantes nas salas interativas e nas palestras com professores de cada curso. “Eu percebo que eles chegam com muitas dúvidas”, contou Luiz Ribeiro, estudante de Farmácia da UFMG e voluntário na sala interativa de seu curso. “As principais dúvidas são sobre o mercado e sobre como é o curso em si. A gente tenta direcionar a conversa para temas com os quais têm mais afinidade”, explicou.

Foi o caso de Emanuele Lima Oliveira, que está cursando o terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Fernando Otávio, em Pará de Minas. A estudante almeja vaga em algum curso da área de Saúde. “É muita diversidade”, espantou-se ela, ao listar as inúmeras áreas em que pode atuar no futuro: “Eu fui nas salas de Medicina, Fisioterapia, Odonto, bastante coisa legal. Fiquei duas horas na fila da sala de Medicina, mas valeu muito a pena. Foi muito bacana, gostei muito”.

Para driblar o longo tempo de espera em algumas salas interativas, estudantes da própria UFMG revezavam-se dentro e fora do ambiente para conversar com os jovens. Assim fez Agatha da Silva, do quarto período do curso de Medicina. “A mostra está conseguindo demonstrar bem o que é o curso, principalmente por reunir estudantes em diferentes períodos”, ela avaliou. “Alguns estão mostrando como são feitos os primeiros socorros e outros, como eu, estão rodando fora da sala, tirando dúvidas da galera na fila, até mesmo para agilizar, já que são muitas pessoas esperando para entrar”.

Como relatou a pró-reitora de Graduação, Benigna Oliveira, a Mostra Sua UFMG também é importante para os próprios estudantes da Universidade, já que oferece um momento de interação com os jovens que cursam o ensino médio. “É preocupação da UFMG formar bons técnicos, bons profissionais e bons cidadãos, estudantes comprometidos em pensar os problemas do país e da sociedade e buscar solução para eles. A Mostra contribui muito pra isso. A sociedade também enriquece a UFMG quando ela vem aqui para dentro” ressaltou.

Performance tecnológica e aulas de dança
Apresentações de música e dança conferiram um brilho especial à Mostra Sua UFMG. O picadeiro da Praça de Serviços abrigou, por exemplo, performance do Grupo Sarandeiros, projeto de extensão da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO). O grupo de dança apresentou manifestações tradicionais de diversas regiões do Brasil, finalizando com um frevo que animou o público que descansava entre uma visita e outra nas inúmeras salas interativas.

Não muito longe dali, a bailarina Ana Virgínia fazia uma performance tecnológica no CAD3, coordenando o movimento do próprio corpo com as pequenas contorções da roupa que usava: um vestido feito não só de pano, mas também de baterias, circuitos e motores.

“Eu resolvi trabalhar a questão do corpo e da performance, para, primeiro, pensar a moda em outro lugar, e, segundo, refletir sobre questões atuais da tecnologia”, relatou a estudante de Design de Moda Natacha Lamounier, responsável pela performance Reversa. O projeto, trabalho de conclusão de curso, foi realizado como bônus da sala interativa onde eram apresentadas informações sobre a formação.

Formada em Engenharia de Materiais pelo Cefet-MG, Natacha quis unir tecnologia e arte, repensando a interseção do corpo com o desenvolvimento tecnológico. Criou assim um projeto transdisciplinar que mescla moda, belas-artes e engenharias. “Temos de divulgar justamente o que estamos produzindo aqui na universidade, ainda mais agora com o que a gente está vivendo”, justificou Natacha.

Momentos de descontração também foram vivenciados por estudantes que participaram das aulas abertas do curso de Dança. O hall do CAD3 ficou pequeno para comportar as pessoas que faziam movimentos improvisados, transformando os prédios da Mostra em “espaços dançantes”.

O evento superou as expectativas, “como sempre foram todas as mostras”, avaliou o vice-reitor Alessandro Moreira. “A gente está vendo todo o campus sendo realmente ocupado pela sociedade. A UFMG é dela”, resumiu.

Aula aberta de dança no CAD 3. Foto: Raphaella Dias / UFMG

[Texto: Gabriel Araújo e Samuel Resende / publicado originalmente no Portal UFMG]