O projeto será realizado o no município de Miravânia que abrange importantes nascentes de afluentes do rio São Francisco  

Terá início no próximo semestre o projeto “Ações de revitalização dos recursos hídricos no município de Miravânia no semiárido mineiro”, realizado pelo Instituto de Ciências Agrárias da UFMG. A iniciativa foi aprovada em chamamento público do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

O projeto de pesquisa e extensão, coordenado pelos professores Flávio Pimenta de Figueiredo e Willian James, visa recuperar, conservar e promover ações de revitalização da bacia hidrográfica do município de Miravânia, com foco na sustentabilidade hídrica. O município está inserido na região de clima semiárido e da bacia hidrográfica do Rio São Francisco.

De acordo com os dados da Agência Nacional de Águas (ANA), expostos no texto do projeto, “a região do município registrou a existência entre 11 e 15 de evento hidrológicos de seca durante o período de 2003 a 2015 e, por esse motivo, tem em seu território áreas afetadas pelo processo de desertificação”.

Assoreamento ao longo dos rios. Foto: Flávio Pimenta

O professor Flávio Pimenta explica que os rios Japoré, Itacarambi e Calindo, afluentes do São Francisco, são de grande importância para a região, em função do seu potencial ecológico e agropecuário. No entanto, a degradação e o uso inadequado de seus recursos prejudicam a sobrevida dos afluentes. “Isso consiste, também, numa questão de ordem econômica e cultural, pois a população muitas vezes utiliza os recursos do meio, seguindo padrões e costumes adquiridos ao longo de anos”, comenta o professor.

Entre as ações previstas pelo projeto estão a construção de barragens e terraços, o cercamento de nascentes principalmente em áreas de veredas, métodos conservacionistas tais como a recuperação das voçorocas e terraços e a Implementação de fontes alternativas de energia visando contribuir para sustentabilidade econômica, social e ecológica da região. Também estão previstas ações com a comunidade local, como treinamento para recuperação das veredas e para conservação de nascentes e o treinamento de agentes públicos.

Na região do projeto, plantio sem medidas conservacionistas. Foto: Flávio Pimenta