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23 / jul / 2020
‘Estamos aprendendo sobre flexibilidade e solidariedade’, afirma Sandra Goulart Almeida

Em fórum com participação de dirigente da britânica University of Manchester, reitora da UFMG compartilhou preocupações e expectativas relacionadas à pandemia

Márcio de Castro (à esquerda), Sandra Goulart Almeida e Stephen Flint em fórum sobre o “novo normal’. Imagem: Raphaella Dias / UFMG

Garantir o acesso de estudantes e professores a equipamentos adequados à internet, aprimorar projetos pedagógicos e intensificar a colaboração internacional são algumas das preocupações e objetivos comuns à UFMG e à Universidade de Manchester, na Inglaterra. A reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o pró-reitor de Internacionalização da instituição britânica, Stephen Flint, compartilharam visões e experiências em encontro, na manhã de hoje (21), que integrou o fórum Heading to the new normal, promovido pela Pró-reitoria de Pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP).

Stephen Flint destacou que as universidades estão engajadas “em uma jornada global, o que gera confiança em todos nós”. Sandra, por sua vez, disse que há muitos aspectos positivos neste período de crise. “Estamos aprendendo sobre flexibilidade e solidariedade”, enfatizou.

A ideia de flexibilidade foi recorrente na exposição da reitora da UFMG. Segundo ela, equipes de gestão, professores e estudantes devem estar dispostos a adaptar-se a novas condições. “Estamos diante de uma excelente oportunidade, por exemplo, de rever nossos métodos de ensino-aprendizagem. Fala-se há muito tempo do estímulo a uma postura mais ativa do estudante, mas isso não foi posto em prática. Teremos de ensinar de novas maneiras”, afirmou.

Sandra salientou que, por tempo ainda indeterminado, não há como pensar em regime híbrido de ensino – a opção, por ora, é o ensino remoto emergencial. Ela informou que professores estão sendo formados para o ensino a distância – cerca de 1 mil docentes já receberam treinamento na forma de cursos, oficinas e workshops – e estudantes de baixa renda estão recebendo apoio financeiro para acompanhar as aulas de casa, de forma apropriada.

Pesquisa e comunicação
De acordo com a reitora, é possível perceber que tem mudado a visão das pessoas sobre a ciência e as universidades, e a crise deixou “ainda mais clara a necessidade do investimento sustentável em educação, ciência e tecnologia”. Ela relatou que a UFMG produz intensa pesquisa em diversas áreas para combater a covid-19 e atenuar suas consequências, assim como se dedica ao esforço de comunicação com a sociedade, em diferentes aspectos da pandemia. A Universidade, segundo Sandra Almeida, está se preparando também, com responsabilidade, para a volta às atividades presenciais, por meio, entre outras medidas, do estabelecimento de protocolo rigoroso de biossegurança para a frequência aos campi.

Ao abordar perspectivas sob as quais a UFMG tem atuado nos últimos meses, Sandra mencionou o entendimento da excepcionalidade da situação – e de que o mais importante é preservar vidas –, a noção dos efeitos das intervenções de agora no longo prazo e a certeza de que “é preciso fortalecer valores fundamentais como a qualidade do ensino, a inclusão social, a colaboração entre instituições e países”. A reitora citou ainda a defesa da efetiva autonomia das universidades federais, que ainda enfrentam restrições regulatórias e orçamentárias.

‘Manter as coisas vivas’
Uma das maiores instituições de ensino superior e pesquisa do Reino Unido, a University of Manchester planeja iniciar o próximo ano letivo em 1º de setembro, relatou Stephen Flint. “Vamos mesclar atividades presenciais e virtuais e pretendemos viabilizar a volta para a Inglaterra de boa parte de nossos muitos estudantes estrangeiros”, revelou o pró-reitor de Internacionalização, lembrando que parte significativa desses alunos poderá ter dificuldade de acompanhar as atividades em seus países. Mesmo estudantes britânicos, especialmente os de famílias de baixa renda que vivem em cidades próximas a Manchester, poderão ter limitações de acesso ao ensino remoto, segundo Stephen Flint.

O dirigente contou que em Manchester, como na UFMG, há iniciativas de cuidado com a saúde física e mental dos membros da comunidade e que uma das decisões cruciais da administração da universidade foi não deixar baixar o ritmo de colaboração com instituições estrangeiras. “Mantivemos contato produtivo com nossos parceiros. Nesse e em todos os campos da vida acadêmica, é importante manter as coisas vivas, mesmo nessa situação extraordinária.” Flint e Sandra Goulart concordaram em que a crise pode ensejar o início de projetos conjuntos de cursos a distância.

O debate teve mediação do pró-reitor adjunto de Pós-graduação da USP, Márcio de Castro. Os próximos encontros do fórum Heading to the new normal serão realizados nos dias 18 de agosto e 22 de setembro. Os eventos são transmitidos pelo canal da pós-graduação da USP no YouTube, onde as gravações ficam disponíveis.