Em fórum com participação de dirigente da britânica University of Manchester, reitora da UFMG compartilhou preocupações e expectativas relacionadas à pandemia
Garantir o acesso de estudantes e professores a equipamentos adequados à internet, aprimorar projetos pedagógicos e intensificar a colaboração internacional são algumas das preocupações e objetivos comuns à UFMG e à Universidade de Manchester, na Inglaterra. A reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o pró-reitor de Internacionalização da instituição britânica, Stephen Flint, compartilharam visões e experiências em encontro, na manhã de hoje (21), que integrou o fórum Heading to the new normal, promovido pela Pró-reitoria de Pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP).
Stephen Flint destacou que as universidades estão engajadas “em uma jornada global, o que gera confiança em todos nós”. Sandra, por sua vez, disse que há muitos aspectos positivos neste período de crise. “Estamos aprendendo sobre flexibilidade e solidariedade”, enfatizou.
A ideia de flexibilidade foi recorrente na exposição da reitora da UFMG. Segundo ela, equipes de gestão, professores e estudantes devem estar dispostos a adaptar-se a novas condições. “Estamos diante de uma excelente oportunidade, por exemplo, de rever nossos métodos de ensino-aprendizagem. Fala-se há muito tempo do estímulo a uma postura mais ativa do estudante, mas isso não foi posto em prática. Teremos de ensinar de novas maneiras”, afirmou.
Sandra salientou que, por tempo ainda indeterminado, não há como pensar em regime híbrido de ensino – a opção, por ora, é o ensino remoto emergencial. Ela informou que professores estão sendo formados para o ensino a distância – cerca de 1 mil docentes já receberam treinamento na forma de cursos, oficinas e workshops – e estudantes de baixa renda estão recebendo apoio financeiro para acompanhar as aulas de casa, de forma apropriada.
Pesquisa e comunicação
De acordo com a reitora, é possível perceber que tem mudado a visão das pessoas sobre a ciência e as universidades, e a crise deixou “ainda mais clara a necessidade do investimento sustentável em educação, ciência e tecnologia”. Ela relatou que a UFMG produz intensa pesquisa em diversas áreas para combater a covid-19 e atenuar suas consequências, assim como se dedica ao esforço de comunicação com a sociedade, em diferentes aspectos da pandemia. A Universidade, segundo Sandra Almeida, está se preparando também, com responsabilidade, para a volta às atividades presenciais, por meio, entre outras medidas, do estabelecimento de protocolo rigoroso de biossegurança para a frequência aos campi.
Ao abordar perspectivas sob as quais a UFMG tem atuado nos últimos meses, Sandra mencionou o entendimento da excepcionalidade da situação – e de que o mais importante é preservar vidas –, a noção dos efeitos das intervenções de agora no longo prazo e a certeza de que “é preciso fortalecer valores fundamentais como a qualidade do ensino, a inclusão social, a colaboração entre instituições e países”. A reitora citou ainda a defesa da efetiva autonomia das universidades federais, que ainda enfrentam restrições regulatórias e orçamentárias.