Evento foi realizado no último sábado, dia 8 de junho, e reuniu comunidade interna e externa à UFMG para oficinas gratuitas na área das Ciências Agrárias

Da esquerda pra direita, o diretor Leonardo David Tuffi Santos, a professora Ana Christina Almeida, o professor Frederico Mineiro e o vice diretor, professor Helder dos Anjos, durante abertura do evento. Foto: Amanda Lelis/UFMG

Hortas urbanas, boas práticas para a produção de alimentos artesanais, produção de mudas de espécies florestais nativas. Esses foram alguns dos temas das oficinas realizadas no último sábado, dia 8 de junho, no campus do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG. As atividades eram parte das 32 oficinas oferecidas na terceira edição do Campo no Campus. Durante manhã e tarde, a Universidade recebeu cerca de 300 pessoas para atividades gratuitas, práticas e teóricas, sobre diversos temas na área de conhecimento das Ciências Agrárias.

O diretor do ICA, professor Leonardo David Tuffi Santos, destaca que o evento é uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento regional. “O ICA e a UFMG têm um papel importante no Norte de Minas porquê, além de produzir conhecimento engajado com as temáticas regionais de importância para a sociedade, também leva isso à prática. A forma mais fácil tanto de conhecer quais são os problemas e também de levar aquilo que é produzido para a sociedade é através dos eventos, da entrada das pessoas externas à comunidade acadêmica dentro da universidade”, comentou.

Professor Leonardo reforça o importante papel da Universidade de produzir conhecimento e também fazer com que a sociedade tenha acesso a este conteúdo de diferentes formas e destaca o evento como uma dessas oportunidades de compartilhamento. “A UFMG tem grande número de pesquisas, patentes, trabalhos publicados dentro do Brasil. Isso ficar apenas dentro da academia não é interessante, é importante que chegue até a sociedade, onde estão aqueles que realmente precisam desse conhecimento. Esse evento vem, no Norte de Minas, se aproximar um pouco dos produtores rurais, dos estudantes de ensino médio e fundamental, dos técnicos, das pessoas que têm algum vínculo com a área rural, o que pra gente é muito importante e muito caro”, ressaltou.

Oficina de plantas medicinais. Foto: Amanda Lelis/UFMG

As oficinas são divididas em seis eixos temáticos: Engenharia de Alimentos; Engenharia Florestal; Inovações tecnológicas e em pesquisas; Produção Animal; Produção Vegetal; Saúde única: homem, animal e meio ambiente. Além das oficinas, o evento também contou com quatro exposições interativas:  “Confecção de bolsas a partir de banners reciclados”; “Curupirinhas do sertão: educação ambiental para criança através de dinâmicas”; “Prevenindo as zoonoses e doenças do campo”; e “Aprendendo com os animais na mini fazenda”.

Raniele Leite Santos trabalha como autônoma, com produção de bolos para comercialização. No evento, ela participou da oficina de elaboração de produtos de panificação.  “Eu queria me profissionalizar mais, participei da oficina para aprender mais um pouquinho. Todos os sábados vendo meus bolos no mercado central. Achei uma oportunidade muito boa, principalmente para o mercado, acredito que participar destes cursos pode me ajudar”, contou.

Raniele Leite na oficina de elaboração de produtos de panificação. Foto: Amanda Lelis/UFMG

Também estiveram presentes os estudantes do 4º ano do ensino fundamental de uma escola privada de Montes Claros. As crianças sujaram as mãos de terra, colocando em prática o que aprenderam na oficina de hortas urbanas. Simone Gomes, coordenadora pedagógica da escola, explicou que a iniciativa contribui para complementar os conhecimentos adquiridos em sala de aula. “Temos um projeto que chama ‘o que cabe no meu mundo’, e essa turma está desenvolvendo um projeto sobre alimentação saudável. A oficina agrega muito ao conhecimento, discutimos com eles a importância de fazer parte do cardápio alimentos sem uso de agrotóxicos e surgiu a ideia de participar dessa oficina. Estamos achando muito interessante, a teoria está bem aliada à prática”, disse.

Estudantes do ensino fundamental participaram da oficina de hortas urbanas. Foto: Victor Maurício/UFMG

Em sua terceira edição, o evento é uma relevante ação de extensão do campus da UFMG em Montes Claros e reúne, todos os anos, estudantes, professores e técnicos administrativos para a oferta de oficinas e exposições ligadas aos temas de projetos desenvolvidos na instituição. O professor Federico Mineiro, coordenador do Centro de Extensão do ICA, reforça o esforço institucional em tornar estes conhecimentos públicos, de forma que seja mantida uma relação de troca com a sociedade.

“Eventos dessa natureza são muito importantes para a interação com a sociedade, com as diversas comunidades urbanas e rurais, uma vez que a universidade é pública, é do povo. A extensão é isso: esse diálogo com o público, com a sociedade, com as diversas expressões étnicas, com os diversos grupos, com órgãos públicos, os movimentos sociais, e também da iniciativa privada. A universidade é um espaço para troca de saberes e também para a discussão ética e para a construção conjunta de uma realidade melhor no território onde ela está inserida”, reforçou.