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06 / dez / 2022
Aula aberta e cortejo encerram atividades do Novembro Negro UFMG

Programação contou com palestras, aulas, feiras e shows que celebraram conquistas e discutiram desafios

Tizumba: resgate da cultura afro-mineira. (Foto: Jackson Romanelli / Universo Produção)

Aula aberta de percussão com Maurício Tizumba e cortejo do Bloco Tambor Mineiro encerram nesta quarta-feira, dia 7, a programação do Novembro Negro UFMG. A concentração do cortejo será às 16h na Associação dos Servidores da UFMG (Assufemg), localizada atrás da Escola de Belas Artes, no campus Pampulha. Mais tarde, às 17h, o cortejo caminhará até a Praça de Serviços da UFMG, cantando cânticos do congado mineiro e da música popular brasileira entoados aos ritmos de tambores, gungas e patangomes.

Em sua 5ª edição, o Novembro Negro UFMG teve atividades presenciais e híbridas. Com o tema Permanecer para avançar: o que vem, já está aqui!, a edição deste ano foi marcada pelo resgate do passado, das histórias vividas e da ancestralidade, remontando à ratificação da permanência do negro na universidade. “Não podemos esquecer que ainda existem muitos avanços a serem construídos, então fizemos uma autorreflexão institucional. As atividades desta edição propuseram debates importantes sobre as ações afirmativas no âmbito da graduação e da pós-graduação, mostrando os desafios das políticas de ação afirmativa”, afirma Daniely Fleury, diretora de Políticas de Ações Afirmativas da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da UFMG.

A edição deste ano também celebrou importantes conquistas do povo negro, como os 10 anos da implementação da Lei de Cotas, os 20 anos de existência do Programa Ações Afirmativas e os cinco anos do Centro de Convivência Negra (CCN) da UFMG.

Expressão da resistência
Em sua aula aberta, o líder do Bloco Tambor Mineiro, Maurício Tizumba, vai abordar a cultura afro-mineira, representada pelo congado mineiro, manifestação cultural e religiosa que resiste há mais de três séculos como importante símbolo de expressão da cultura negra em Minas Gerais. “O congado é muito importante para o nosso povo e está sempre representado na festa de reinado. Colocar esse tipo de manifestação em evidência nos ajuda a reafirmar a importância do povo negro na nossa terra”, diz Tizumba.

O artista acrescenta que iniciativas como o Novembro Negro UFMG são essenciais para que o negro se torne mais presente na universidade. “Eu gosto de falar deste assunto para o povo branco para que ele tome consciência da importância do negro para o nosso país. Iniciativas que coloquem o negro em evidência na universidade colaboram com isso.”

Fleury acrescenta que a aula aberta de Tizumba, recentemente diplomado pela UFMG como Doutor por Notório Saber, vai ao encontro da necessidade de que instituições de ensino valorizem os conhecimentos e culturas tradicionais. “Nesta aula, Tizumba vai mostrar toda sua trajetória, dialogando com o tema do Novembro Negro para mostrar que a ancestralidade não se refere apenas ao passado, mas nos impulsiona na construção do futuro”, conclui.

O Novembro Negro é uma realização da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis em parceria com a Pró-reitoria de Cultura da UFMG.

(Luana Macieira / UFMG)