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11 / out / 2022
54 anos do Instituto de Ciências Agrárias

UFMG se consolida como um dos principais centros de geração de tecnologia no semiárido mineiro

 

Unidade da UFMG em Montes Claros foi criada em 1964 pelo Ministério da Agricultura. (Foto: Lucas Braga/UFMG)

Em 11 de outubro de 1964, o Ministério da Agricultura criava o Colégio Agrícola “Antônio Versiani Athayde”. A instituição, com sede em Montes Claros, oferecia formação profissional de segundo grau para os trabalhadores da agricultura. Quatro anos mais tarde, em 1968, a escola foi incorporada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em 1975, passou a oferecer cursos superiores de curta duração e recebeu a denominação de Núcleo de Tecnologia em Ciências Agrárias. Um ano depois, o núcleo foi elevado a Campus Regional de Montes Claros. O nome Instituto de Ciências Agrárias (ICA) foi adotado em 2008, quando o local ganhou autonomia como unidade acadêmica da UFMG. As peculiaridades, vocações e necessidades do semiárido direcionam todo o trabalho desenvolvido no local.
Hoje, o ICA oferece cursos de Graduação em Administração, Agronomia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal e Zootecnia. Juntos, somam um total de 240 vagas anuais. O Instituto também oferece Mestrado em Produção Animal, Produção Vegetal, em Sociedade, Ambiente e Território e Alimentos e Saúde. A instituição tem ainda especialização em Recursos Hídricos e Ambientais e Doutorado em Produção Vegetal.

Hoje, o ICA oferece seis cursos de graduação, uma especialização, quatro cursos de mestrado e um doutorado. (Foto: Lucas Braga/UFMG)

São 1.045 estudantes de graduação, mais de 200 pós-graduandos. O campus tem em atividade 340 projetos entre pesquisa e extensão. O Instituto, inclusive, destaca-se pelo trabalho de extensão universitária, em grande parte, responsável pela integração entre a UFMG e o Norte de Minas Gerais.
“Hoje é um dia de festa, um dia de alegria. Os 54 anos da instituição marcam a história de uma jovem senhora, esta unidade denominada Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, que aqui no Norte de Minas busca com suas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão ampliar as ações da UFMG em uma região que é tão importante para o nosso estado e para o país”, diz o diretor do ICA, professor Leonardo Tuffi.

 

Para o diretor do ICA, professor Leonardo Tuffi, a unidade acadêmica tem se aproximado cada vez mais dos anseios da sociedade por meio de ações de pesquisa e extensão. (Foto: acervo pessoal)

54 anos de evolução

São 54 anos formando profissionais para o mercado. Mais de meio século de história no sertão mineiro. História que se mistura à de quem passou por aqui. Foi também em outubro que a secretária geral Maria Aparecida Santos completou 39 de carreira no ICA. Ela acompanhou muitas das evoluções pelas quais o local passou. E fala com muita emoção sobre estes momentos. “Antes, só existia o prédio do bloco A, o bloco B era uma extensão onde funcionava a biblioteca e tinha o restaurante. Eu me lembro que tinha um laboratório, o de Solos, que existe até hoje no bloco A. De lá para cá, quantos outros laboratórios foram criados, quantos prédios. Depois, foi crescendo. Fizeram a biblioteca onde é hoje, o bloco C porque o curso de Zootecnia exigia outras instalações. Eu me encontro hoje com alguns colegas que já se aposentaram e ficam impressionados com estas mudanças. Muita coisa mudou para melhor”, conta.

Há 39 anos no ICA, Maria Aparecida Santos se orgulha de acompanhar a evolução da unidade acadêmica. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

O Campus Regional da UFMG em Montes Claros vem se consolidando como um dos principais centros de geração de tecnologia no semiárido mineiro, sobretudo com a oferta de Pós-Graduação. O início foi de muitos desafios com a criação em 2006 do curso de Mestrado em Ciências Agrárias. “Em 2012, houve uma reestruturação. Mudamos a área de Ciências Agrárias para Produção Vegetal, que foi pioneira e ajudou na nucleação dos Mestrados em Produção Animal e Sociedade, Ambiente e Território. Os mestrados em Ciências Florestais e de Alimentos e saúde são mais recentes e foram criados com uma abordagem em áreas relevantes para nossa região e com propostas interessantes de aproximação dos projetos de pesquisas desenvolvidos com as demandas da sociedade”, explica o diretor do ICA.
Quem também acompanhou boa parte destas transformações foi o professor Regynaldo Arruda Sampaio. Dos 26 anos de docência, duas décadas foram no campus da UFMG em Montes Claros. Ele se lembra bem do período de implantação dos cursos superiores. “A implantação dos cursos de Agronomia e Zootecnia foi o primeiro grande salto da unidade, desde a sua criação. A partir daí deu-se início a criação da pós-graduação stricto sensu e logo em seguida, ainda na década de 2010, houve o segundo grande salto, que foi a criação dos cursos de graduação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades – REUNI. O terceiro importante salto ocorreu na década passada, com a transformação do Mestrado em Produção Vegetal em Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), bem como a criação dos Mestrados em Produção Animal, Ciências Florestais, Alimentos e Saúde, e Sociedade Ambiente e Território”, explica.

Dos 26 anos de docência do professor Regynaldo Arruda Sampaio, duas décadas foram dedicadas à UFMG. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

Um caminho de oportunidades

Para o estudante de Agronomia Elias Barbosa Rodrigues, a UFMG se apresentou como um caminho de oportunidades para crescer. Natural da zona rural de Monte Azul, no norte do estado, ele conta que o ensino superior era um sonho, mas até então distante. “Na minha comunidade, a gente tem pouco acesso à informação. Se você quer alguma coisa, tem que perguntar alguém porque o acesso à internet é muito difícil. Eu decidi tentar a UFMG no terceiro ano do Ensino Médio, por sugestão de um professor. Até então eu não sabia que havia um campus em Montes Claros”, explica.

Para Elias Barbosa Rodrigues, a assistência estudantil da UFMG possibilitou o acesso ao ensino superior. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

A intenção inicial era dividir o tempo entre trabalho fora e estudos. Mas o estudante descobriu que a universidade oferece assistência estudantil e ele se encaixava nos requisitos necessários para conseguir o benefício. Aprovado na seleção, documentação entregue, começava um novo ciclo na vida de Elias. “Para mim, foi um ganho inestimável. Eu tinha aquela mentalidade de que o ensino superior não é possível, por falta de recursos. Porque não é só ir para uma outra cidade estudar. É estudar e se manter. Na minha região, por exemplo, os pais não têm condições de sustentar o filho em outra cidade. A UFMG me acolheu, me deu condições de ficar aqui e dar conta dos estudos. Eu me envolvi em vários projetos, tenho buscado me desenvolver cada vez mais”.

Assistência Estudantil

A assistência estudantil é oferecida a acadêmicos de primeira graduação dos cursos presenciais – regularmente matriculados e frequentes – que necessitam de algum apoio para sua permanência na Universidade têm acesso à Política de Assistência Estudantil da UFMG. Existem programas com o objetivo de facilitar o acesso à alimentação, à moradia, à saúde, ao transporte, garantindo aos discentes condições para a conclusão do curso.
Hoje, 600 alunos do ICA recebem assistência da Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP). São disponibilizadas 108 vagas na moradia universitária Cyro Versiani dos Anjos. E cerca de 800 refeições são servidas por dia no Restaurante Universitário.

A moradia universitária Cyro Versiani dos Anjos oferece 108 vagas para estudantes de graduação classificados socioeconomicamente. (Foto: Lucas Braga/UFMG)

Consolidação no Norte de Minas

O Campus Regional da UFMG em Montes Claros vem se consolidando como um dos principais centros de geração de tecnologia no semiárido mineiro, sobretudo com a oferta de pós-graduação. (Foto: Lucas Braga/UFMG)

Celebrando a história e de olho no futuro. Para Maria Aparecida, hoje, o sentimento é de que a UFMG se consolidou no Norte de Minas. “Antes, as pessoas não entendiam que tinha UFMG em Montes Claros. Agora, eu sinto que a UFMG está realmente implantada aqui. Eu sinto que foi um conjunto de ações, de alunos, professores que contribuíram para essa consolidação”.

Para Elias Rodrigues, carregar o nome da UFMG é motivo de orgulho e também de grande responsabilidade. “Quem carrega o nome da UFMG sabe que é um nome de peso. O ensino é de qualidade, te exige muito. Aqui, eu evoluí bastante. O Elias que vai sair daqui é totalmente diferente do que entrou. Hoje, eu sei que sou capaz de ir longe não só profissionalmente, mas pessoalmente, devido às habilidades que adquiri aqui”.

Ao longo dos últimos anos, o campus da UFMG em Montes Claros vem passando por grandes mudanças, ampliando a atuação no Norte de Minas. (Foto: Ana Cláudia Mendes/UFMG)

O diretor do Instituto de Ciências Agrárias conta que os últimos 23 anos foram bastante intensos e marcam um grande crescimento da unidade acadêmica. “Nos últimos anos o ICA/UFMG passou por uma mudança muito grande no corpo docente, de técnicos-administrativos, no número de estudantes e também na sua infraestrutura. Infraestrutura ligada à oferta de aulas teóricas, laboratórios, nos espaços de pesquisa e de apoio as ações de extensão. Temos muito orgulho e alegria pela atuação de nossos docentes, técnicos administrativos, estudantes e colaboradores que fazem no seu dia a dia todo o esforço para continuarmos a oferecer o ensino superior gratuito e de qualidade, a desenvolver pesquisas e uma extensão de relevância e próxima da sociedade e de seus anseios. Parabéns ao ICA!”.

(Ana Cláudia Mendes/UFMG)